Este trecho retirado da Declaração de Salamanca defende uma escola igual e única para todos independente de suas diferenças. Através desta declaração, as escolas de ensino regular no Brasil tentaram adaptar-se às exigências que a educação especial e inclusiva traz. Porém, muitas delas se inserem apenas no processo de integração, que significa inserção escolar de alunos com deficiência. Do que adianta inserir um aluno paraplégico, por exemplo, em uma escola, se a mesma não está adaptada para recebe-lo? Pois é isto que muitas escolas fazem: integram e não incluem. Estas instituições recebem um aluno como este ou com outras necessidades e como não têm, por exemplo, rampas que possibilitem um melhor acesso deste aluno em diversas áreas da instituição, este acaba ficando muitas vezes isolado em uma sala de aula, enquanto os colegas saem para o intervalo. Que tipo de inclusão é essa? do que adianta integrar e não incluir? As escolas de ensino regular que se propõem a trabalhar com inclusão precisam estar preparadas desde a sua estrutura física, como o seu currículo e principalmente em seu projeto político-pedagógico, pois a inclusão requer mudanças. Estas escolas precisam ter seu currículo aberto e flexível, para que assim consigam adaptar-se às particularidades do ambiente do aluno. Uma instituição inclusiva não pode trabalhar sozinha. O apoio da família é fundamental para o sucesso. Além dos diretores, orientadores, professores e familiares é necessário a busca por especialistas de diferentes áreas sempre que necessário para atender aos alunos com necessidades. | Feito isto, a escola tem que promover ações que integrem os pais e demais profissionais para que juntos possam estabelecer estratégias a partir das reflexões, dividindo assim as responsabilidades. Além disso, é fundamental a participação ativa do professor neste processo. Profissional este que a todo momento enfrenta uma série de adversidades, desde baixos salários, falta de recursos para trabalhar, até a violência em sala de aula. Diante das precárias condições de trabalho, o educador tenta a todo momento superar com esforços físicos e psicológicos que incidem diretamente na qualidade do seu trabalho. Um outro fator que influencia é a formação acadêmica destes profissionais. A maioria deles não sabe trabalhar com alunos que apresentam necessidades educativas especiais, e os que fazem cursos ou outras formas de treinamento na área aprendem métodos, técnicas, diagnósticos e outras questões centradas na especificidade de uma determinada deficiência, o que acaba limitando a sua possibilidade de atuação. O professor precisa, portanto, encontrar um bom ambiente de trabalho para que estabeleça uma relação adequada com os alunos. Não adianta métodos inovadores, infraestrutura física adaptada e especialistas na área se não houver um preparo de todos os profissionais que atuam na escola para a acolhida do aluno com necessidades especiais. -- Referências e Sugestões de Leitura FACION, J.R (org.). Inclusão Escolar e Suas Implicações. 2 ed. Curitiba: IBPEX, 2009. 220p. FERNANDES, S. Fundamentos para a Educação Especial. Curitiba: IBPEX, 2007. 102p. MINETTO, M.F. Currículo na Educação Inclusiva: entendendo esse desafio. 2 ed. Curitiba: IBPEX, 2008. 135p. BRASIL. Ministério da Justiça. Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: Cord, 1994. |