Segundo Domingues et al (2000) a educação média tem sido historicamente seletiva e vulnerável à desigualdade social. Mas atualmente tem se percebido que o ensino médio tem incorporado grupos sociais que se encontravam excluídos desse nível de ensino. Continuando seu pensamento, Domingues comenta que a educação básica tem várias etapas, e a sua última é que o ensino médio tem como finalidade consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, além de possibilitar o prosseguimento dos estudos. Segundo o PNE os estados estão obrigados a aplicar 15% da receita de impostos no ensino fundamental, os demais 10% vinculados à educação deverão ser aplicados, nessa instância federativa, prioritariamente, no ensino médio. Essa destinação deve prover fundos suficientes para a ampliação desse nível de ensino, especialmente quando se considera que o ensino fundamental consta de oito séries e o Médio, de apenas três; isso significa que, mesmo com a universalização do ensino médio, o número de alunos matriculados será, no máximo, 35% daquele atendido no nível fundamental. O PNE ainda comenta que há de se considerar, entretanto, que, em muitos Estados, a ampliação do ensino médio vem competindo com a criação de universidades estaduais. O mais razoável seria promover a expansão da educação superior estadual com recursos adicionais, sem comprometer os 25% constitucionalmente vinculados à educação, que devem ser destinados prioritariamente à educação básica. De acordo com o PNE, o ensino médio deve ter uma educação que propicie aprendizagem de competências de caráter geral, forme pessoas mais aptas a assimilar mudanças, mais autônomas em suas escolhas, que respeitem as diferenças e superem a segmentação social. Preparando jovens e adultos para os desafios da modernidade, o ensino médio deverá permitir aquisição de competências relacionadas ao pleno exercício da cidadania e da inserção produtiva: auto-aprendizagem; percepção da dinâmica social e capacidade para nela intervir; compreensão dos processos produtivos; capacidade de observar, interpretar e tomar decisões; domínio de aptidões básicas de linguagens, comunicação, abstração; habilidades para incorporar valores éticos de solidariedade, cooperação e respeito às individualidades. Diante de todas as dificuldades encontradas o governo estadual da Bahia através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2005) propõe também em relação ao ensino médio. Ele propõe que este seja construído na articulação dos conteúdos contextualizados, na ênfase, no desenvolvimento de competências, na ressignificação da aprendizagem de conhecimentos, procedimentos, habilidades, valores e atitudes, na desgradificação curricular e na interdisciplinaridade e articulação entre vários conceitos, além da valorização dos conhecimentos prévios dos educandos como preditores de sucesso nas ocorrências futuras de outras aprendizagens mais duradouras e mais abrangentes. | Então, para que ocorra um aumento na qualidade da educação média no Brasil devem ser levadas em consideração muitas coisas. Uma das principais já foi discutido acima que é o aumento e o verdadeiro repasse de verbas pelo governo para as escolas. Segunda discussão já vem sendo comentada no próprio PNE que é de uma atenção maior e diferenciada aos portadores de necessidades especiais e as pessoas que chegam com idades avançadas neste nível de ensino. Se isto for cumprido corretamente concerteza o ensino médio dará um grande salto. No momento em que o governo realmente voltar os olhos para o ensino médio tudo irá mudar na sociedade. Para que o ensino médio funcione como deveria é necessário que o ocorra primeiramente uma redução na taxa de reprovação. Além disso, é necessário que as escolas tenham estrutura física adequada para a demanda de alunos, pois sala cheia não gera um bom rendimento, sem falar no desgaste que é para o educador. Atualmente nas escolas de ensino médio, não há espaço adequado para lazer, nem laboratórios. Desta forma não dá para haver um ensino adequado só com teorias. Sem falar na grande importância que tem um laboratório na aprendizagem do jovem e da criança, pois a aula torna-se mais dinâmica e atraente para os alunos. Se todos os objetivos escritos no PNE e na LDB estivessem sendo cumpridas com rigor teríamos hoje uma maior qualidade e quantidade dos profissionais no mercado de trabalho e verdadeiros cidadãos na sociedade. Mas infelizmente a maioria de jovens que terminam o ensino médio na escola pública saem com grande defasagem no aprendizado e muitos não conseguem passar para o nível superior ou até mesmo ter um emprego digno de qualquer cidadão comum. Referências e sugestões de leitura BRASIL/MEC. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional: promulgada em 20 de dezembro de 1996. Nº 9394, BAHIA. Orientações Curriculares Estaduais para o Ensino Médio. Secretaria da Educação: Salvador, 2005. cap. 6. DOMINGUES, J. J.; TOSCHI, N. S. & OLIVEIRA, J.F. A reforma do Ensino Médio: a nova formulação curricular e a realidade da escola pública. Revista Educação e Sociedade, ano 21, n. 170, abril. 2000. |
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