O epistemólogo Suíço Jean Piaget era adepto da teoria do construtivismo.
Ele analisou durante mais de 50 anos o psiquismo infantil, e concluiu que cada
criança constrói ao longo do processo de desenvolvimento, o seu próprio modelo
de mundo. Para Piaget as principais chaves do desenvolvimento são:
Ø A própria ação do sujeito; Ø O modelo pelo qual isto se converte num processo de construção interna, isto é, de formação de sua mente de uma estrutura em contínua expansão, que corresponde ao mundo exterior (Goulart, 1996). O construtivismo explica os processos de desenvolvimento e aprendizagem como resultados da atividade do homem na interação com o ambiente. Piaget explica esta interação valendo-se dos conceitos de assimilação, acomodação e adaptação, termos tomados da biologia. “A assimilação é a incorporação de um novo objeto ou idéia ao que já é conhecido, ou seja, ao esquema que a criança já possui. A acomodação, por sua vez, implica na transformação que o organismo sofre para poder lidar com o ambiente. Assim diante de um objeto novo ou de uma idéia a criança modifica seus esquemas adquirida anteriormente, tentando adaptar-se á nova situação” (Goulart, 1996). As grandes etapas porque passam os indivíduos em sua evolução são para Piaget: Ø O período sensório-motor e o da inteligência representativa, este é subdividido em dois períodos, o subperíodo operativo e o subperíodo das operações concretas. No primeiro período, o sensório-motor, a criança organiza o espaço e adquire o conceito de objeto, atingindo ao seu final, a capacidade de usar e compreender símbolos, no segundo período, o da inteligência representativa, e subperíodo operativo: aparece a linguagem e as imagens mentais. As estruturas mentais estão ligadas quase totalmente ao real. Já no subperíodo das operações concretas é quando aparecem estruturas operatórias concretas como as séries, classificações, correspondências etc. adquirem-se formas diferentes de conservação: da quantidade de matéria, do peso e do volume, que se empregam para organizar dados imediatos da realidade ( Goulart, 1996). No período das operações formais, para Piaget aparece à estrutura combinatória, e as estruturas podem ser utilizadas para organizar não apenas dados do mundo real, mas também do mundo hipotético. Segundo Goulart, (1996) “Para Piaget, a única maneira de ser ativo, consiste em deixar que as crianças organizem suas atividades a partir de objetos mais ou menos precisos. O ideal seria que os professores adaptassem o material escolar em função do caminho intelectual do aluno. Para tanto seria necessário compreender a criança, sua atividade, seu desenvolvimento”. | “Visto que o desenvolvimento cognitivo é um processo seqüencial marcado por etapas e em cada uma dessas etapas a maneira de compreender os problemas e resolvê-los é dependente da estrutura mental que a criança apresenta naquele momento, seria necessário identificar, através de observações criteriosas, o momento do desenvolvimento que a criança esta vivendo” ( Goulart, 1996). O ideal seria que antes de introduzir um novo problema de aprendizagem, cuidássemos de levantar as operações lógicas e infralógicas necessária a sua solução. Só depois de verificada presença dessas operações teria sentido a colocação do problema, pois o sujeito teria condição para compreendê-lo e resolvê-lo. Para que haja uma aprendizagem compreensiva da parte dos escolares o docente precisa conhecer o processo de pensamento do aprendiz, ele deve apresentar problemas que lhes pareçam interessante, e pelos quais eles possam lhe oferecer respostas. “O desenvolvimento cognitivo é um processo social; a interação com outras pessoas tem importante papel no desenvolvimento das operações lógicas, Logo a cooperação influenciada significativamente a visão do mundo, do sujeito e lhes permite evoluir de uma pespectiva subjetivista a para uma objetividade” ( Goulart, 1996). De acordo com Macedo (1978), a única maneira de ser considerado ativo, na perspectiva de Piaget, consiste em permitir às crianças que elas mesmas organizem suas atividades a partir de um objetivo mais ou menos preciso. Segundo alguns professores, isto leva a “perdas de tempo”. O que eles não percebem infelizmente, é que ao aprender verdades já estruturadas pelos adultos e apresentadas de forma organizada pelo educador, para justamente “ganhar tempo”, o aluno perde a oportunidade de realizar suas próprias tentativas e estruturas seu próprio conhecimento. O ideal seria que, antes de introduzir um novo problema de aprendizagem, fossem levantadas operações necessárias à sua solução, afirma o autor. Só depois de verificar a presença dessas operações faria sentido a colocação do problema, pois o sujeito teria condições para compreendê-lo e resolve-lo. Em outras palavras, isto quer dizer que o professor precisa sondar o nível de desenvolvimento antes de planejar o ensino.
Referências e sugestões de leitura GOULART, Í. B. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. 11º ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1996. 13 - 22 p. MACEDO, R. M. S. Piaget – Vida e Obra. In: PIAGET, J. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. 294p. |
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