HistóricoA visão de Dom CabralO ano era 1922. Enquanto a Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, sacudia a literatura e as artes plásticas, fazendo da Semana de Arte Moderna o acontecimento cultural mais marcante da primeira metade do século no Brasil, no Vaticano o Papa Bento XV nomeava o Bispo de Natal, Dom Antônio dos Santos Cabral, para a Diocese de Belo Horizonte.
Dom Cabral tinha um sonho: Minas Gerais, terra de iniciativas de vanguarda, não poderia permanecer sem uma instituição católica de ensino superior. Para alguns, sonhos são apenas desejos não realizados. Para outros, objetivos impossíveis. E há aqueles que conseguem unir o desejo como inspiração, as dificuldades como combustível e os objetivos como resultados. Dom Cabral estava entre estes. Com a herança do pai, comprou parte do terreno no bairro Coração Eucarístico onde, aos poucos, foi se instalando a estrutura da atual PUC Minas.
Antes dele, outros homens sonharam com a educação como caminho para a cidadania e para a liberdade. Rousseau, na Filosofia. Rogers, na Psicologia. Froebel, na concepção dos jardins de infância. Pestallozzi e Montessori, médicos que adotaram a educação como tema de vida. Cousinet e Ferriére, descortinando novas formas de ver o processo educativo e a escola. Piaget, voltando-se para a gênese do desenvolvimento do raciocínio. Vygotsky, ao desenvolver a teoria histórico-cultural da construção do conhecimento. Paulo Freire, com sua educação popular, focada na escolarização e na formação da consciência, o fundador da chamada pedagogia crítica. Todos eles, sonhadores e realizadores determinados, optaram pela estrada de ampliação do processo educativo para além das elites detentoras do saber como forma de poder.
O sonho de Dom Cabral começou a se realizar 26 anos depois de sua chegada a Belo Horizonte. Em junho de 1948, nascia a Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da futura Universidade Católica, com a assinatura dos estatutos no Salão Nobre do Conservatório Mineiro de Música. A iniciativa foi precedida de ampla repercussão na imprensa e nos meios sociais. Os entusiastas da idéia chegaram a criar um concurso para eleger o desenho do Diploma de Benfeitor, que iria agraciar os colaboradores da nova Universidade. As primeiras escolas a serem incorporadas pela Sociedade foram a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria e, em 1949, a Faculdade Mineira de Direito. Em abril de 1951 foi criado o Instituto de Psicologia Aplicada. Nasce a UniversidadeEra verão em Belo Horizonte. Os arvoredos de dama-da-noite inundavam os arredores da Praça da Savassi, a avenida Antônio Carlos exibia seu novo asfalto e a pedra fundamental da Usiminas estava lançada em Ipatinga, alargando o caminho do desenvolvimento econômico mineiro. No dia 12 de dezembro de 1958, o Diário Oficial da União trazia o decreto presidencial, assinado por Juscelino Kubitschek e pelo ministro da Educação e Cultura, Clóvis Salgado: estava reconhecida a Universidade Católica de Minas Gerais. Sua constituição foi aprovada por unanimidade em julho do mesmo ano, juntamente com o projeto do seu estatuto. Dom Cabral e um pequeno grupo de professores discutiam a necessidade para a jovem capital, povoada por funcionários públicos e agitada por amplas discussões de ordem política, cultural e religiosa da criação de um espaço para esse debate, oferecendo à juventude que saía dos colégios, quase todos religiosos, uma opção de Universidade comprometida com a saúde física e mental das pessoas, com o resgate dos pobres e com a justiça e os direitos fundamentais dos cidadãos. Em Roma, o Papa João XXIII era escolhido para substituir Pio XII.
| No mesmo ano, a Seleção Brasileira de Futebol sagrou-se campeã da Copa do Mundo, na Suécia, e apresentou ao mundo o jogador Pelé. Enquanto isso, o primeiro reitor da UCMG assumia o cargo: o Padre José Lourenço da Costa Aguiar. Ele permaneceu até 1960 e seu trabalho foi fundamental para transformar as antigas “Escolinhas do Bispo”, como eram chamadas carinhosamente pela população, na Instituição Católica. Educador estudioso, ele foi o biógrafo de Amábile Visintainer ou Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Seu livro, juntamente com os esforços que empreendeu para a canonização de Madre Paulina, tinha como objetivo o reconhecimento dela como primeira santa do Brasil, o que aconteceu em 2002, pelo Papa João Paulo II. Em 1959, os acordes da música Chega de Saudade, entoados por João Gilberto, cantavam a nova bossa: a Bossa Nova. Nessa época, surgia a revista Alma Mater, com o objetivo de divulgar o trabalho científico dos professores da Universidade Católica.
Uma universidade em sintonia com o futuro
No mapa de Minas Gerais, a Pontifícia Universidade Católica está presente em importantes regiões do Estado, através de uma estrutura multicampi composta por mais de uma centena de prédios, que abrigam laboratórios, bibliotecas, museu, canal de TV, oficina de teatro, ensino a distância, salas multimídia, teatros, auditórios, hospitais veterinários, clínicas de fisioterapia, odontologia e psicologia, além de outros equipamentos dotados com modernos recursos tecnológicos e pedagógicos.
A comunidade acadêmica da PUC Minas reúne 56.751 estudantes (47.281 na graduação, 8.182 da especialização, 1.097 no mestrado e 191 no doutorado), 2.312 professores e 1.682 funcionários, espalhados pelos seus campi/unidades. São 56 cursos de graduação, 17 programas de mestrado e seis de doutorado, além de 287 cursos de especialização (entre os de aperfeiçoamento e extensão do Prepes, IEC e de ensino a distância).
A PUC Minas está presente em Belo Horizonte (Barreiro, Coração Eucarístico, Praça da Liberdade, São Gabriel), Betim, Contagem, Poços de Caldas (Sul), Arcos (Centro-Oeste), Serro (Alto Jequitinhonha) e Guanhães. Fonte: pucminas.br
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